“Numa reunião, no Ministério do Ambiente e Energia, em Lisboa, os dois governantes acordaram um princípio de decisão sobre situações específicas no setor da água, como a captação de água no Pomarão, em Mértola, e a gestão dos fluxos ecológicos do rio Tejo”, lê-se no comunicado do Governo. O entendimento se traduz no “princípio da equidade em termos dos volumes de água captados”, em ambos os lados da fronteira. “No caso dos fluxos ecológicos do Tejo, a base sobre a qual estamos trabalhando é a defesa dos ecossistemas do Tejo, procurando encontrar um equilíbrio constante que nos permita evitar o avanço da chamada 'cunha salina' neste rio”, explicou Maria da Graça

Carvalho.

Em comunicado, o ministro do Ambiente reforçou que “ambos os casos requerem soluções técnicas, que ainda estão a ser discutidas entre as autoridades competentes dos dois países — a Agência Portuguesa do Ambiente, de Portugal, e a Direção Geral de Águas, da Espanha”. O fechamento do acordo entre os dois ministros é esperado na próxima reunião, marcada para 26 de setembro, em Madri.

Energia

Outro tópico discutido na reunião foi energia. A reunião chegou a um consenso sobre a criação de um grupo de trabalho conjunto que terá a missão de aplicar as novas regras do Mercado Europeu de Eletricidade ao Mercado Ibérico

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“Portugal e Espanha também trabalharão juntos, em contatos com a França e instituições europeias, para que as interconexões elétricas e de hidrogênio sejam também uma questão europeia e não apenas uma questão para a Península Ibérica”, explicam em comunicado.

Maria da Graça Carvalho e Teresa Ribera também destacaram o fato de o lince ibérico ter deixado recentemente de ser considerado uma espécie “ameaçada”, como resultado da cooperação entre Portugal e Espanha. “Tendo em conta a recente aprovação da Lei de Restauração pelo Conselho Europeu, Maria da Graça Carvalho anunciou que um diálogo comum ocorrerá na construção de planos de restauração ambiental em ambos os países”, disse.